quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Na terra do bi, Inter sofre, mas chega a Abu Dhabi

Escala para reabastecimento na Nigéria causa problemas à delegação colorada, que fica cinco horas parada no aeroporto

 

Alecsandro no desembarque do Internacional 
Alecsandro na chegada ao hotel do Internacional

Abu dá bi, dizem os colorados, brincando com a sonoridade da cidade. Dá bicampeonato mundial. E é em Abu Dhabi que o Inter está. Mas que o rendimento dentro de campo seja mais agradável do que a viagem até lá. O voo fretado pelo clube gaúcho deveria proporcionar conforto ao elenco vermelho a caminho do Mundial. E aconteceu exatamente o contrário. Uma parada para reabastecimento na Nigéria estraçalhou o planejamento vermelho. O avião colorado ficou cinco horas estacionado no aeroporto de Lagos, com funcionamento precoce durante a madrugada. Foram momentos de desconforto, irritação e até fome para que o Inter alcançasse a cidade onde pretende reconquistar o planeta.


O processo deveria durar menos de uma hora. A falha do Inter e da agência de turismo que organizou o fretamento do voo foi a falta de percepção de que a estrutura na Nigéria, em especial durante a madrugada, é precária. No início, a situação foi até divertida, com o comissário de bordo afirmando duas vezes que as pessoas precisavam se sentar, porque um rebocador carregaria a aeronave, e voltando atrás outras duas vezes. Depois, as coisas gradativamente foram perdendo a graça.
A tripulação do avião afirmou que precisou acordar funcionários do aeroporto de Lagos. Eles dormiam no chão, no saguão do prédio. Alguns foram buscados em casa. Para se ter uma ideia: levou quase duas horas para a escada ser colocada na porta de saída por onde uma tripulação seria substituída por outra. Foi só a partir daí que começou o reabastecimento.
O problema seguinte foi a falta de comida. O novo estoque de alimentos não estava disponível. Durante todo o período em solo, não houve serviço de bordo – apenas água. Houve momentos em que simplesmente não havia tripulação.
Mas não era tudo. Para voltar a decolar, seria preciso pagar uma taxa de US$ 800,00 aos nigerianos. A primeiro informação que correu dentro do avião era de que se tratava de uma propina. Na verdade, era uma espécie de multa por modificação da rota de voo. A negociação para o pagamento do valor atrasou ainda mais o processo. Os próprios integrantes da tripulação ficaram irritados com a situação.
- Isso é a Nigéria - disse um deles.
- Vamos sair deste país de uma vez por todas - afirmou outro.
Os torcedores se irritaram. Pediram por providências da agência e até bateram palmas exigindo agilidade na saída. Os jogadores, na primeira classe, sentiram menos. Os demais passageiros tiveram que aguentar calor e até goteiras por causa do ar-condicionado. Com o passar do tempo, aumentava a impaciência.

A autorização para embarque, após tanta espera, trouxe alívio, mas não amenizou a insatisfação de quem pagou pelo menos R$ 13 mil pela viagem. A chegada em Abu Dhabi, prevista para o meio-dia, aconteceu às 15h. No retorno ao Brasil, a parada deve acontecer em algum outro país, dado o constrangimento da viagem de ida. De qualquer forma, Celso Roth, que tanto fala em planejamento, não deve ter gostado...

 

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